O resultado da eleição para presidente (a) da nossa república trouxe alguns significados. Por exemplo, é inegável que a maioria escolheu uma. Pelo menos, a metade mais um/uma/uns/umas. Incontestável também é o fato de que, por pouco, o resultado não foi outro. Isso quer dizer que, nunca antes na história deste país, este país esteve tão dividido dentro de si mesmo. Nunca antes as diferenças estiveram instaladas em seu povo de maneira tão acirrada, sanguínea e feroz.

Independente da torcida de cada um, essa guerra deixou no ar uma névoa meio inquietante, de contentamento e descontentamento em doses iguais. Pintou o Brasil de duas cores, separadas por uma linha tortuosa traçada bem no meio do nosso mapa. E foi mesmo assim. O Brasil em dois. A soma dos votos dividiu o país. Viramos o Brasil Petetizado do Norte e o Brasil Tucanizado do Sul. Independência ou morte! Eleição vencida no cabo de guerra que tirou a paz de quase todo brasileiro. E brasileira. Duas forças que estão longe de ser preferência absoluta na condução do nosso país. Se mudança foi discurso dos dois lados, se o casal juntinho beijava os dedos em cruz jurando que corrupção, cruz credo, em quem votar? Os dois são os melhores. E os piores também. Mas, já que a moça estava com a mão na máquina, deixaram ela lá. Tinha muita gente com a boca na botija também, mas isso tudo bem...

Com a máquina toda isso foi o melhor que deu pra fazer. Por um tiquinho assim, não perdeu... Foi a batalha dos bichos, um que voa, outro nada. O tucano nadou, nadou e morreu na praia, mas promete ressuscitar. Já a lula voou alto e de uma Rousseff fez duas presidentes.

Ela governará os dois Brasis. Um, dela; o outro, não. Eu fico por aqui, com um pouco de filosofia em que se pensar. “A sede pelo poder é inversamente proporcional ao bem que um homem pode fazer pelo seu povo.”