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Um bebê de quatro meses está deitado sobre uma colcha, no meio de um grupo de alunos de uma escola elementar, numa cidade da região metropolitana de Londres. Os pais do bebê já concordaram por nove vezes em levar sua filha na escola para mostrar seu progresso durante os primeiros meses de vida aos alunos com a idade de oito a nove anos.
Segundo a mãe, o bebê tem dores com o surgir dos dentes, mas mesmo assim ele parece curtir a atenção das outras crianças. Ou a mãe ou o pai responde às perguntas das crianças e as encoraja a cantar canções de boas-vindas para o bebê.
Os alunos podem acariciar e tocar o bebê, mas não mais do que duas vezes durante a aula. Desse modo, eles aprendem a observar com cuidado e interpretar o choro e o ar de sorriso do bebê e aos poucos desenvolvem o sentimento de solidariedade com um ser mais delicado.
Especialistas treinados encorajam as crianças, durante as semanas seguintes, a discutir sobre sua observação do bebê. Mas, os alunos não apenas falam sobre o bebê. Eles aprendem também a exprimir as emoções próprias e compará-las com as de outras pessoas. Eles desenham, escrevem e cantam sobre o tema.
A escola participa de um projeto da professora canadense Mary Gordon, que em 1996 trabalhou com crianças agressivas e mal orientadas e procurou um método para diminuir o número de atos agressivos na sala de aula. Ela descobriu que o relacionamento entre crianças jovens e bebês durante muitas semanas mudou toda a atmosfera na sala de aula.
Enquanto isso, constatou-se que contatos com bebês na sala de aula têm efeito duradouro sobre o comportamento dos alunos. Eles aprenderam a cuidar dos outros, exprimir melhor suas emoções e passar a ter melhor compreensão perante os próprios pais e irmãos.
Esses resultados influenciam os participantes não apenas na sala de aula e na família. Jovens dos dois sexos que participaram do projeto há muitos anos atrás ainda mostram maior equilíbrio emocional em contatos sociais do que a maior parte dos seus conhecidos.
Desde o começo de 1966 esse projeto “Raízes da solidariedade” (Roots of Empathy) se espalhou por dez países, por exemplo, EUA, Alemanha, Nova Zelândia e Irlanda. Em Londres o método é introduzido este ano em quatorze escolas e o plano é estendê-lo a diversas cidades do Reino Unido e País de Gales. Mais de três mil crianças participarão.
Evidentemente, em países nos quais as crianças passam quase todo o tempo em instituições como creches e escolas, haveria a necessidade de se contemplar não apenas as capacidades cognitivas e motoras, mas também as emocionais.
Original escrito em Esperanto (Beboj en la lernejo), extraído da Esperanta Retradio – http://esperantaretradio.blogspot.co.at/ – traduzido por Raimundo de Araújo Chaves.