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A apresentação de Duo Ferragutti / Kramer (SP / RS), será no dia 08/11/2011 (terça-feira), às 20h, no Salão Dona Beja do SESC Araxá. Rua Dr. Edmar Cunha, 150 – Bairro Santa Terezinha. Tel. (34) 3662 2985
O Sonora Brasil – Formação de Ouvintes Musicais é um projeto temático que tem como objetivo desenvolver programações identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil.
Pela primeira vez, em sua 14ª edição, o projeto apresenta dois temas – Sotaques do Fole e Sagrados Mistérios: vozes do Brasil – que serão desenvolvidos no biênio 2011/2012, com a participação de quatro grupos em cada tema.
Em 2011, o primeiro tema circula pelos estados das regiões Sul e Sudeste, enquanto o segundo segue pelos estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em 2012, na 15ª edição, procede-se a inversão para que os grupos concluam o circuito nacional. Com essa nova metodologia, o projeto passa a ter um planejamento bienal, contando com a participação de oito grupos, em circuitos com duração de aproximadamente 70 dias em cada ano.
Sotaques do Fole apresenta o acordeão em suas variantes regionais ligadas à tradição oral, trazendo a gaita-ponto, com o músico Gilberto Monteiro (RS), a sanfona de oito baixos, com o músico Truvinca (PE), e o acordeão de 120 baixos, com Dino Rocha (MS). Fazendo um contraponto com a tradição oral, o projeto traz o duo de acordeões Ferragutti/Kramer, que apresenta composições modernas e contemporâneas relacionadas à música de concerto e a outras formas ligadas à vertente acadêmica.
Sagrados Mistérios: vozes do Brasil apresenta repertório da música vocal presente nas festividades populares em devoção às entidades religiosas, trazendo os cânticos das Caixeiras do Divino (MA), da Comitiva de São Benedito da Marujada de Bragança (PA) e da Banda de Congo Panela de Barro (ES). Representando a música de concerto, o Quarteto Colonial (RJ) apresenta repertório composto pelos mestres de capela para o ofício religioso da igreja católica e a obra de compositores modernos e contemporâneos inspirada nesse universo.
Em cumprimento à sua missão de difundir o trabalho de artistas que se dedicam à construção de uma obra de fundamentação artística não comercial, o Sonora Brasil consolida-se como o maior projeto de circulação musical do país. Em 2011, são 420 concertos, em 110 cidades, a maioria distante dos grandes centros urbanos. A ação possibilita às populações o contato com a qualidade e a diversidade da música brasileira e contribui de forma significativa para o conjunto de ações desenvolvidas pelo SESC visando à formação de plateia. Para os músicos, propicia uma experiência ímpar, colocando-os em condição privilegiada para a difusão de seus trabalhos e, consequentemente, estimulando suas carreiras.
O projeto Sonora Brasil busca despertar no público um olhar crítico sobre a produção e sobre os mecanismos de difusão de música no país, incentivando novas práticas e novos hábitos de apreciação musical, promovendo apresentações de caráter essencialmente acústico, que valorizam a pureza do som e a qualidade das obras e de seus intérpretes.
Duo Ferragutti/Kramer
O acordeão tradicional, cromático, com teclado semelhante ao do piano no lado direito e botões do lado esquerdo espalhou-se pelo mundo, adaptando-se facilmente a características culturais de diversas sociedades e épocas. Também conhecido no Brasil como sanfona a piano, é um instrumento versátil que possibilita executar obras de vários gêneros e estilos.
Em seu desenvolvimento no país esteve associado às tradições populares, principalmente na região centro-sul que sofreu forte influência da colonização ítalo-germânica. Porém, em meados do século XX, o grande responsável pela sua popularização em todo o país foi o nordestino Luis Gonzaga, que alcançou grande projeção a partir de sua vinda para o Rio de Janeiro onde participava assiduamente dos programas de rádio, principal veículo de comunicação na época.
Ganhando sotaque urbano a partir de sua popularidade, aos poucos foi sendo inserido no ambiente do choro e de outros gêneros próximos à música acadêmica e de concerto, tendo Chiquinho do Acordeon seu principal representante na época. Integrante do Sexteto Radamés, Chiquinho teve a oportunidade de incluir o instrumento nos grandes arranjos e composições do mestre Gnattali.
Nas últimas três décadas vem se ampliando o número de músicos jovens que se dedicam ao instrumento, a maioria deles pianistas que se encantaram com a sonoridade do fole. Com isso já é possível encontrar sua sonoridade em dezenas de discos relacionados a gêneros populares urbanos e até mesmo ao jazz, mas sua inserção na música de concerto ainda é muito tímida, com alguns exemplos em conjuntos de câmera e a quase inexistência de concertos dedicados a ele.
Pertencentes a esta geração e trazendo o repertório composto para música de concerto e outras formas de apropriação da linguagem do instrumento relacionadas à música urbana, o Duo Ferragutti / Kramer é composto por dois dos principais acordeonistas da atualidade, Toninho Ferragutti, paulista de Socorro, e Alessandro “Bebê Kramer” gaúcho de Vacaria, ambos compositores e instrumentistas. Eles apresentam um panorama da obra escrita para o acordeão de 120 baixos, desde Luperce Miranda e Radamés Gnattali até a vertente contemporânea de Borges-Cunha e às suas próprias composições.
Repertório
- Suíte Retratos – Pixinguinha (Radamés Gnatalli)
- Quando me lembro (Luperce Miranda, transcrição: Sivuca)
- Choro de cordel (Sivuca)
- Fuga pro Nordeste (Dominguinhos)
- O sorriso da Manu (T. Ferragutti)
- Mestre Paulo (Bebê Kramer)
- Monólito (Antônio Carlos Borges-Cunha)
- Concerto para acordeon (Radamés Gnatalli, transcrição: T. Ferragutti)
- Como manda o figurino (Bebê Kramer)
- Na sombra da Asa Branca (T. Ferragutti)