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O treinador Luiz Eduardo Lima chegou ao Ganso imediatamente após a saída do ex-treinador Cleber Américo (Clebão). Uma missão difícil de levar novamente o Ganso ao Módulo II com a equipe fragilizada na tabela de classificação devido à derrota para o Contagem na estréia (mesmo tendo vencido o Democrata no segundo jogo). Pra complicar a situação Luis Eduardo teve apenas 2 dias antes de viajar para Coronel Fabriciano e ter seu primeiro desafio frente à forte e invicta equipe do Social.
Pude assistir a algumas preleções “noturnas” do treinador, que eram realizadas nos dias anteriores às partidas quando o Ganso jogava fora no hotel após o lanche da noite. Neste momento pude ver que Luis Eduardo conseguia fazer realmente uma boa leitura do adversário.
Agora com o acesso ao Módulo II o treinador Luis Eduardo permanece no Ganso visando levar a equipe a elite do futebol mineiro. Conversamos um pouco com o treinador para conhecer um pouco sobre a sua carreira:
Clarim: Como foi seu começo no futebol como jogador?
Luis Eduardo: Comecei em 74 na equipe de juniores do Flamengo. Depois em 77 me profissionalizei no Atlético. Estiva na equipe que decidiu o titulo do Brasileirão de 77 contra o São Paulo em que os paulistas venceram nos pênaltis. Não entrei em campo, fiquei no banco de reservas. Permaneci no Galo até 1986 onde depois comecei a ter diversas passagens por várias equipes do futebol brasileiro. Passei pelo Náutico, Inter de Limeira, Democrata de Governador Valadares, Valério e outras. Mas sempre emprestado pelo Galo.
Clarim: E a carreira de treinador? Como foi o inicio?
Luis Eduardo: O inicio como técnico foi em 1990 no Democrata de Valadares, onde fizemos uma boa campanha no campeonato mineiro. Depois fui para a Patrocinense onde conquistamos o acesso junto ao Ganso em 90. Fomos vice nesta competição aonde cheguei até a final, mas acabei por não participar desta decisão de forma efetiva por ter ido para a Arábia Saudita. Fiquei por lá em 91 e 92 retornando em 93 para dirigir novamente o Democrata de Valadares. Desta vez na categoria de juniores onde fomos campeões mineiro revelando vários jogadores para se destacarem no futebol brasileiro. Fiquei até 97 quando passei a dirigir novamente a equipe profissional do Democrata. Alias em 98 tive uma passagem pelo Araxá Esporte quando Moraes ainda estava na diretoria do clube. Na seqüência passei pelo Ipiranga de Manhuaçu, em 99, Ituiutaba em 2000, Mamoré em 2001, Patrocinense em 2002. E ai a partir de 2003 começou uma seqüência muito legal em minha vida, em minha carreira de treinador, com diversas conquistas consecutivas. Fui campeão mineiro de juniores em 2003 com o Democrata de Valadares. Em 2004 fui vice-campeão da Taça Minas Gerais com o Democrata de Valadares e depois, em 2005, com um trabalho legal levamos o Democrata ao acesso a elite neste ano, mas novamente não participei da decisão por ter ido mais uma vez para a Arábia Saudita. Em 2006 fui vice-campeão da Taça Minas Gerais com o Uberaba. Em 2007 levei o Uberaba ao vice-campeonato do Módulo II levando a equipe a elite do futebol mineiro. Também em 2007 conquistei a Segundona com o Ganso, vencendo a final contra o Itauna por 1 x 0 para uma grande festa no Fausto Alvim. Em 2008 tivemos um bom inicio de trabalho no Ganso onde fizemos uma grande primeira fase, mas depois acabamos deixando a equipe durante a competição e fico triste pela equipe não ter conseguido o objetivo do acesso. E neste ano de 2008 ainda conquistei mais uma vez a segundona, desta vez com o Funorte. Em 2009 subi o Tricordiano. Em 2010 conseguimos o acesso com o Mamoré, mas depois teve uns problemas extra-campo e a equipe acabou perdendo a vaga fora de campo. Agora em 2011 retornei ao Ganso para mais uma vez conquistar a segundona nesta bela festa que aconteceu no Fausto Alvim junto aos torcedores.
Clarim: Certa vez você disse que não gosta de disputar a primeira divisão, somente a segunda e o módulo 2. Por quê?
Luis Eduardo: Sim. É porque os times do interior não tem vez na primeira divisão. Ali é só Atlético e Cruzeiro. De vez em quando alguma equipe surpreende e chega, mas é muito difícil. Então não temos muitos objetivos nesta divisão. Já na segundona e no módulo 2, ai sim temos objetivos na disputa. Lutamos pelo acesso, pelo título. Entramos na disputa em igualdades de condições com as demais equipes participantes.
Clarim: Mas se dermos uma olhada no futebol mineiro vemos hoje equipes do interior que já tem uma boa história a nível nacional: o Ipatinga, o Boa. Além do Tupy que começou dar seus passos também a nível nacional. Você acha que o Ganso poderá chegar, por exemplo, a um patamar igual ao que o alcançou o Boa, antigo Ituiutaba?
Luis Eduardo: Estive no Ituiutaba em 2000 e posso afirmar que a estrutura do Ganso hoje é bem superior ao do Ituiutaba naquela época. Alias até mesmo de pouco tempo atrás. O Ganso tem estádio, coisa que o Ituiutaba não tinha. E mais: o contrato do Ituiutaba com a prefeitura de Varginha vai terminar e quem garante que a equipe permaneça na cidade. Ou que o próximo prefeito de Varginha tenha o mesmo interesse do atual. Nisto o Ganso leva sua vantagem: tem seu campo, tem sua casa.
Clarim: Então você acredita na possibilidade de um Ganso forte a nível nacional também no futuro? Se espelhando em trabalhos como o do Boa?
Luis Eduardo: Claro que sim. Um trabalho bem feito, com organização, pode levar o Ganso a um nível bem superior no estado e a níveis como o do Boa, por exemplo, em níveis nacionais. O Araxá hoje é uma equipe que tem tudo para subir. Além de uma boa equipe, boa estrutura, tem uma cidade formidável com uma população que apóia e torce pela equipe. Acho que a Federação Mineira deveria olhar com mais carinho para o Araxá que é uma equipe emergente em nosso futebol. O Araxá Esporte hoje é uma realidade do futebol mineiro.