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Editorial | A carne e o osso duro de roer 
22/02/2023, às 12:23:51
artesanato

Mesmo depois do primeiro mandato do governador araxaense Romeu Zema, a população do município continua a clamar solução para antigas demandas que dependem do Estado para ser resolvidas. Porém, a expectativa de que sejam atendidas se renova com a reeleição de Zema que pretende dar continuidade ao plano de privatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). 

O ex-governador Fernando Pimentel apresentou a venda da Codemig como saída para pagar dívidas do Estado com a União e colocar a folha de pagamento do funcionalismo em dia. Então, junto ao ex-presidente da companhia, Marco Antônio Castello Branco, conseguiu a aprovação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para que fosse desmembrada. A Codemig ficou somente com o ativo da participação de 25% do lucro líquido da operação da CBMM em torno de R$ 1,2 bilhão anual para tornar-se atrativa ao mercado financeiro e ser vendida.

Já o passivo da Codemig que pode ser entendido como tudo que gera gastos e não pode ser imediatamente convertido em dinheiro ficou com a então criada Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), a exemplo das estâncias hidrominerais como  Araxá. O passivo representa os gastos que um negócio tem para se manter, como as despesas de manutenção do patrimônio do Estado que foram repassadas pela Codemig à Codemge. No entanto, como a Codemge muito mais gasta do que arrecada, a Codemig continua a bancar contas do Estado até ser vendida.

Esse plano foi mantido no decorrer da primeira gestão de Zema que não conseguiu concretizá-lo por falta de apoio político na ALMG, o que pretende reverter neste segundo mandato, além das questões judiciais. Isso inclui desfazer-se do passivo da Codemge para reduzir os gastos do Estado. Nessa linha, primeiro houve a renovação do contrato de concessão do Grande Hotel e Termas ao Grupo Tauá pela Codemge que depois praticamente abandonou o restante do Complexo do Barreiro. A ponto de hoje estar numa deteriorada condição agravada pelo período chuvoso, embora a gestão da cidade trabalhe para desenvolver o turismo como importante atividade econômica.



É fato que o alinhamento político entre governo do Estado e Prefeitura de Araxá depois de muita discussão levou a uma decisão comum. Assim, a área externa ao Grande Hotel que conta com a Vila do Artesanato, Lago Norte e Castelinho será repassada ao município pelo Estado após executar as obras de melhorias e construção do estacionamento e praça de alimentação através da Codemig. 

O problema é que não houve interessados na licitação lançada em meados do ano passado pelo governo do Estado para fazer essas obras então orçadas em cerca de R$ 4,5 milhões, possivelmente o valor de referência foi considerado insuficiente. O Estado quer a carne do negócio e deixar o osso duro de roer, enquanto deveria promover o desenvolvimento econômico e social dos municípios aumentando a arrecadação de todos. Um exemplo é o prédio da Expominas Araxá construído numa valorizada e grande área que margeia a av. Geraldo Porfírio Botelho de acesso ao Barreiro e que não será municipalizada e sim vendida pela Codemge. 

Se a Codemig for privatizada, o que muda é o município depender da parte quebrada do Estado para o atendimento às históricas demandas, por isto, é tão importante essa municipalização. Também está acertada a municipalização da av. José Ananias de Aguiar (do Comboio) tão logo o governo estadual via DER conclua as obras de recuperação paralisadas pelas chuvas. 

Quiçá todas as propriedades do Estado em Araxá que servem apenas à especulação imobiliária sejam repassadas ao município para destravar o seu crescimento. Para fazer jus a Araxá e contribuir com o seu desenvolvimento que também é o de Minas Gerais.
 
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Clarim
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