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Não é possível compreender a inércia das autoridades diante da omissão da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) perante os compromissos que assumiu em Araxá com a assinatura dos contratos de renovação e de concessão dos serviços de água e esgoto, respectivamente, em 2002. Desde então, o primeiro prazo para a implantação na cidade dos 100% de tratamento de esgoto foi 2006, mas vem sendo descumprido sem qualquer justificativa à população que paga uma pesada conta há quase dez anos.
Da última vez, a inauguração da última das quatro Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) previstas no projeto e que receberá mais de 90% do esgoto da cidade foi prorrogada para o início deste governo municipal e, posteriormente, para o fim de 2010. Mais uma vez, nada ocorreu seis meses depois. O mais preocupante é que nem mesmo o imprescindível para o funcionamento dessa ETE foi atacado no decorrer deste período, embora não tenha faltado propaganda sobre a “qualidade de vida” que estava sendo proporcionada ao município pela Copasa e, consequentemente, o governo do Estado.
Parece balela, quando se verifica que ainda existem muitos pontos críticos de falta de saneamento básico na cidade, a exemplo da encosta do Parque do Cristo, na região central, onde o esgoto corre a céu aberto até a av. Dâmaso Drummond, formando uma erosão que já ameaça as casas em redor do bairro Morada do Sol. E há quase três anos, a população carente que reside na av. Washington Barcelos, no alto do bairro Santa Rita, convive com essa erosão no fundo do quintal, onde o esgoto deságua in natura numa manilha quebrada e a enxurrada invade as casas.
Em 2007, o Clarim publicou uma reportagem que destacava o esforço da Copasa para acabar com as ligações clandestinas de água pluvial junto com esgoto, porque impediam o funcionamento da ETE que seria “brevemente” inaugurada. No entanto, passados mais quatro anos, não só persiste boa parte desse problema, como outros muito maiores, de córregos ainda poluídos recebendo esgotamento in natura.
Grandes obras que exigem milhões e milhões em investimentos, mas na realidade há quase dez anos a estatal arrecada da população araxaense por um serviço que não presta. E os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, o Ministério Público (MP) será que têm ciência de tudo isso? Não seria o caso de chamar a polícia?