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Miguel Júnior durante o primeiro e segundo períodos de interinidade na Prefeitura de Araxá conseguiu levar em frente algumas questões que pareciam estagnadas. Mas, para serem viabilizadas por ele de forma tão rápida deveriam estar pelo menos encaminhadas e, o fundamental, havia recursos para serem executadas. Então, por que não foram providenciadas anteriormente pelo prefeito Jeová Moreira da Costa? Será que bastava mesmo só a vontade política para que tivessem um desfecho? É o que parece, mas quem conhece os meandros do poder público e político sabe que nada é tão simples assim e também é preciso haver cooperação interna e entre os poderes constituídos. Para não dizer das forças contrárias e do tal “fogo amigo” capazes de emperrar uma cidade. Além do mais, correr contra o tempo motiva agilidade nas ações e o compromisso do prefeito interino ateve-se a um dia após o outro, sem perspectivas de responder por ações futuras. Também pode fazer diferença o ponto de vista de cada um em relação às prioridades.
Quanto às doações feitas às entidades assistenciais pelo Fundo Municipal da Infância e Juventude (FIA) ficou claro que os recursos já existiam e estavam aprovados ou na iminência de serem pelo respectivo conselho municipal. Como são repassados para esse fundo principalmente pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) via lei de incentivo fiscal, a priori já têm uma destinação mediante critérios a serem observados e cabe ao poder público municipal apenas fazer os repasses e fiscalizar a aplicação destes. Mas, até a interinidade de Miguel, as entidades estavam esperando esses repasses sem saber mais como tocar os seus projetos. Não cabe aqui discutir se os repasses foram todos merecidos ou não, porque basta citar os que não tinham sido feitos até então para entidades mais do que reconhecidas pela população. E se for o caso, seria uma tremenda injustiça umas não receberem para não contemplar outras. Por que o prefeito Jeová assumiu tamanho desgaste, sendo que neste caso nem era necessária aprovação da Câmara Municipal para fazer os repasses deliberados pelo conselho? O que leva a crer que neste aspecto a responsabilidade deve recair sobre o próprio conselho, com ônus e bônus. Da mesma forma, em relação às verbas do Fundo Municipal do Idoso que também são oriundas da iniciativa privada e apenas geridas pelo poder público, bastando a deliberação do respectivo conselho municipal. O que não tira o mérito do prefeito interino que efetivamente fez o repasse de R$ 2,5 milhões desse fundo ao Lar Ebenézer para a construção da sede própria, assumindo a responsabilidade quanto à dúvida existente sobre se pode ou não ser aplicado para este fim mediante a aprovação do conselho que inclusive foi ratificada pela Câmara Municipal.
Em relação às entidades contempladas com recursos do Fundo Municipal de Assistência Social, neste caso são oriundos do município e no mínimo já estavam previstos no Orçamento Municipal. Mas, é preciso reconhecer que anteriormente esses repasses estavam acontecendo a conta-gotas e, então, o prefeito interino também decidiu liberá-los viabilizando-os rapidamente para as entidades. Da mesma forma, nada justifica umas entidades ficarem sem receber porque outras não poderiam ou não deveriam ser contempladas. A diferença neste caso é a necessidade de aprovação desses repasses pela Câmara Municipal, o que aconteceu em regime de urgência/urgentíssima porque, como o próprio Miguel disse, governou junto com os vereadores, o que por si só é meio caminho andado.
As obras de recapeamento das vias da região central da cidade já estavam planejadas e licitadas para acontecerem tão rapidamente. No entanto, foi Miguel quem as deflagrou na interinidade e garantiu que fossem agilmente executadas, sendo que um exemplo gritante é o da rua Capitão Izidro, onde para retirar os bloquetes e passar o asfalto no segundo quarteirão a demora foi de quase dois meses sob a gestão de Jeová e agora na interinidade em relação ao terceiro quarteirão os mesmos serviços foram feitos em uma semana. Quiçá, seja possível dar a mesma agilidade às obras da av. Senador Montandon que estão paralisadas há um bom tempo, embora a previsão de término fosse de quatro meses quando foram reiniciadas no final do ano passado, depois da decisão judicial definitiva que manteve as palmeiras do canteiro central.
O Cemei Pro-infância Armindo Barbosa está praticamente concluído desde o ano passado e só agora na interinidade de Miguel foi anunciada a data de inauguração para a próxima semana. A pista de baliza para os candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no bairro Silvéria já estava pronta há uns três meses, mas só foi inaugurada entre o afastamento e o retorno do prefeito Jeová, assim como o Posto de Policiamento Ostensivo no bairro Urciano Lemos. O Posto de Identificação Civil inaugurado esta semana sem dúvida já deveria estar praticamente concluído. A Unidade Integrada de Saúde do Centro (Unicentro) também está praticamente pronta à espera da inauguração para melhorar o atendimento à população. E a Secretaria Municipal de Saúde está desde 2012 funcionando improvisadamente num galpão situado no centro administrativo, sendo que agora o prefeito interino determinou agilidade na sua instalação definitiva num dos blocos de dois andares que pode ser concluído rapidamente.
Para quem está de fora, não é mesmo possível compreender por que providências esperadas há tanto tempo pela população só foram aumentando a carga de problemas enfrentados por esta gestão municipal ao invés de ser a solução. Por excesso de zelo, economia, incapacidade, pontos de vistas diferentes, teimosia, imposições, boicotes, por que? Mesmo sem respostas convincentes, a torcida é para que esses questionamentos sejam como um balizamento, um sinal não só de alerta, mas de mudança de direcionamento do governo com o retorno de Jeová à prefeitura. É uma difícil mudança, mas ainda possível, de forma que Araxá siga o ritmo independentemente do aguardo da decisão judicial final quanto ao resultado das Eleições Municipais de 2012.