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EDITORIAL - Distorcida realidade
23/09/2014, às 08:23:20

 

Para a provedoria, a comunidade precisa apropriar-se da Santa Casa de Misericórdia de Araxá. O hospital filantrópico mesmo tão vilipendiado quanto às outras Santas Casas do país atende a cidade e microrregião pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com uma infraestrutura física e humana diferenciada para melhor. Ao contrário da grande maioria das Santas Casas do país que hoje funciona precariamente, com pacientes esparramados pelos corredores, equipamentos estragados, falta de profissionais e na iminência de fechar as portas, a Santa Casa de Araxá vem ascendendo desde o final de 2007, quando chegou a vivenciar a mesma situação. No entanto, à época, mais uma vez com o apoio do poder público e da iniciativa privada conseguiu superar a crise. Mesmo assim, sete anos depois, a Santa Casa de Araxá ainda registra um déficit mensal em relação ao custeio e manutenção que gira de R$ 200 mil a R$ 250 mil por mês.


Está claro que também quanto à saúde, Araxá pode considerar-se privilegiada porque, como no caso da Santa Casa, há recursos da Prefeitura de Araxá e da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), não só para evitar o seu fechamento como para readequá-la diante das necessidades e exigências atuais de atendimento. Tanto que de lá para cá, muita coisa melhorou como novas recepção e maternidade, aquisição de arco cirúrgico, aumento dos leitos de UTI, a implantação do Pronto Atendimento Municipal (PAM) junto ao hospital, novos equipamentos, mais recentemente a construção do anexo para a implantação de uma nova UTI e da UTI Neonatal no lugar da antiga, além da oncologia. A questão é que as verbas destinadas pela iniciativa privada através da renúncia fiscal e governos do Estado e federal são carimbadas, ou seja, para investimentos. O que cria um paradoxo que confunde a população, ou seja, acaba questionando porque um hospital em plena expansão reclama da falta de recursos. Além de gerar maledicências, como a de que seria “um saco sem fundo” em função das verbas que recebe e ainda assim estar sempre em déficit.


Isso ocorre principalmente porque os recursos que o hospital recebe do SUS estão aquém dos serviços que presta, em média, uns 50%. Daí, os voluntários como os que participam da provedoria sem ganhar um tostão, estão sempre de chapéu na mão especialmente junto à prefeitura e à CBMM para cobrir o que falta mensalmente em custeio e manutenção, afora a preocupação com tamanha responsabilidade. Uma tarefa que se torna muito mais difícil quando também têm que enfrentar a orquestração que denigre e prejudica o funcionamento do hospital. Enquanto a maior parte dos pacientes do SUS é atendida quase que de imediato, em média no máximo duas horas; a imprensa, as redes sociais, a população de forma geral faz alarde quando ocorre a exceção. E se os antigos médicos atendiam gratuitamente quando era preciso trabalhando meses sem receber do hospital, a conjuntura é outra. Atualmente, isso é inadmissível e não dá para tirar a razão dos médicos que como qualquer outro profissional, ou melhor, com mais responsabilidade sobre a vida humana, têm que receber em dia pelo trabalho e já não existe a complacência de dantes neste aspecto.


Para completar, a população também acredita que ao expandir os serviços prestados, como no caso da UTI Neonatal, a Santa Casa poderá cobrir esse déficit no custeio. Ledo engano, porque a tendência é a de que aumente neste caso, mesmo se conseguir rapidamente o credenciamento do serviço pelo SUS. Já no caso da oncologia, o serviço em si pode ser superavitário conforme a demanda. Um exemplo é o funcionamento do tomógrafo que o hospital recebeu do governo federal através de emenda parlamentar do deputado federal Aracely de Paula, em funcionamento há uns três anos depois de ter ficado encaixotado por uns dois. No entanto, apesar de hoje servir a população o que era uma grande necessidade, o tomógrafo é deficitário porque o hospital ainda não conseguiu credenciá-lo ao SUS.      


Quando a provedoria apela para que a comunidade abrace o hospital que é dela, porque é para lá que recorre quando precisa de atendimento público de saúde, está dizendo principalmente para as empresas da cidade que voltem a sua atenção para a questão. Afinal, a CBMM tem sido praticamente a única a contribuir com a Santa Casa de Araxá, embora os funcionários de todas as empresas, micro, pequena ou grande, se dirigem é para lá quando precisam ser atendidos pelo SUS. Como cita a provedoria, se cada cidadão de metade da população de Araxá contribuir mensalmente com R$ 5 para a Santa Casa seria possível equilibrá-la financeiramente em relação ao custeio e manutenção. No entanto, principalmente a demagogia política tem impedido a reversão dessa situação.

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Clarim
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