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Os comerciantes da região central estão dispostos a torná-la um ponto de encontro, compras e lazer de Araxá, deixando-a atrativa para consumidores e turistas a partir do que já existe e com pouco investimento, já que a questão depende muito mais de gestão. Esse trabalho começou há dois anos numa parceria entre a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Associação Comercial e Industrial de Araxá (Acia), com consultoria do Sebrae e inspirado no modelo de Nova Iorque (EUA) chamado Improvement District Negócios (BID). Trata-se de uma Parceria Pública Privada (PPP) em que os empresários e moradores de determinada região fazem uma contribuição coletiva para a manutenção, desenvolvimento e promoção da sua área comercial.
Para seguir adiante com o planejamento estratégico elaborado pelo Sebrae para a revitalização do Centro histórico e corredores turísticos, como a av. Imbiara, o grupo de empresários que está à frente da iniciativa precisa da aprovação dos projetos de lei que dispõem sobre a padronização da paisagem urbana dessa área, envolvendo questões como sinalização, sonorização, ambulantes etc. e que estão em tramitação na Câmara Municipal. Esta semana, representantes da CDL, Acia e Sebrae apresentaram o planejamento estratégico previsto para sensibilizarem os vereadores quanto à necessidade de apreciarem os projetos de lei de forma que possam começá-lo de imediato, antes do período natalino. Em Nova Iorque, os quase 70 BIDs já implantados têm ajudado a revitalizar bairros e catalisar o desenvolvimento econômico em toda a cidade, a partir da oferta de serviços complementares, como manutenção, segurança pública, marketing e promoções, conforme as características de cada distrito.
Em Araxá, a intenção é a de melhorar a cidade como um todo a partir da região central, com a formatação de um centro aberto de compras no qual o consumidor tem muito mais do que um conjunto de lojas, ou seja, encontra segurança, serviços como bons restaurantes, atrativos culturais e ambientais como a boa utilização das praças da av. Antônio Carlos, Governador Valadares e do calçadão. Ele deve ir lá não só com a finalidade de comprar, como também para se socializar (ver e ser visto), comer, beber, divertir-se, passear. Para isso, o espaço precisa ser confortável, bonito, acessível etc. Antes de elaborar o projeto, o Sebrae fez uma pesquisa para conhecer a realidade do centro comercial de Araxá e então propor o que pode ser feito. Os dados comprovam o que não é novidade para ninguém, o potencial da região é muito bom, mas falta estrutura, normatização e manutenção, além do bom atendimento que em si perpassa pela capacitação de cada um dos empresários e funcionários envolvidos nesse esforço. O estudo conclui que o Centro tem potencial para ser regional e turístico, um ponto de encontro, compras e lazer de Araxá com ações que demandam mais a participação de cada um, o apoio dos Poderes Executivo e Legislativo, do que vultosos investimentos.
Tanto é que mesmo sem a aprovação dos projetos que devem contar com o apoio da Câmara Municipal, porque os sete vereadores presentes na apresentação demonstraram interesse e sensibilidade, os comerciantes vão assumir e bancar os salários de dois funcionários que cuidarão da limpeza da região central, a partir da próxima semana. O que demonstra que dessa vez estão mesmos dispostos a mudar essa realidade para melhor, incrementar não só os seus negócios, como a cidade como um todo, sem dúvida. É a criação de um ambiente que pode evitar o grande fluxo de araxaenses que vão passear nos shoppings de Uberlândia e Uberaba e acabam comprando lá. Um espaço aberto, organizado e atrativo é uma alternativa atraente capaz de concorrer com esses ambientes fechados que acabam tornando-se cansativos, ainda mais quando se tem que percorrer mais de 100 quilômetros para visitá-los.
O que nos motiva a acreditar nessa possível transformação é justamente o esforço conjunto dos principais interessados na causa que são os comerciantes. Assim, a iniciativa livra-se da pecha das disputas políticas que ultrapassam os palanques e tanto têm entravado o desenvolvimento da cidade. Os comerciantes apropriaram-se da causa, resta aos poderes Executivo e Legislativo abraçar o que é da vontade da grande maioria.