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EDITORIAL - Legado cultural
22/10/2014, às 08:30:54

A terceira edição do Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) enriquece o legado cultural que tem deixado para a cidade desde a sua primeira realização, oportunizando palestras, oficinas e debates com a participação de escritores e artistas que contribuem com o seu trabalho para um mundo melhor. Nesses encontros pessoais com a plateia ávida de conhecimento, ensinam, aprendem, compartilham experiências e provocam emocionantes reflexões capazes de transformar nós mesmos.

 

Não importa se quem participa do festival já leu, assistiu, ouviu falar ou mesmo não conhece aqueles que vêm a Araxá dispostos a se dedicar aos profícuos diálogos, porque de qualquer forma vão lidar com a sabedoria que se expande dentro da proposta da edição. Este ano, o tema foi “leitura para um mundo melhor”. O Fliaraxá alcança inclusive os que não gostam de ler, mas estão abertos a essa interação cultural.  Como disse o seu idealizador, Afonso Borges, o tema deste ano envolveu todos os sentidos da leitura, do literal aos conotativos. Como o perceber, o observar, o fazer uma leitura da nossa realidade, nos conscientizando do que é preciso fazer em busca das positivas mudanças. Do individual para o coletivo e vice-versa, essa troca de saberes é a alma do festival.

 

As discussões são inteligíveis para o público, porque abordam simplesmente o cotidiano, seja um Luiz Ruffato falando da preciosidade da literatura em relação às outras artes porque toca a individualidade, é visceral, íntima, transformadora, cada um faz a sua “leitura”. De Humberto Werneck, inclusive curador do festival junto com Afonso, falando de “literatura, jornalismo e o desafio da construção de um texto de qualidade”, exemplificando o seu perfeccionismo linguístico. Fabrício Carpinejar abordando o bul-lying com uma leveza capaz de fazer repensar conceitos. Zuenir e Mauro Ventura, ambos escritores, abrindo para o público as suas relações como pai e filho centradas nas influências e desafios em busca da literatura e jornalismo. Ouvir Martha Gabriel que é a única brasileira na lista da Best Online Universities 2012 que aponta os 100 professores mais experts em tecnologia do mundo, explicando com uma clareza impressionante a revolução digital na educação, falando sobre o momento de transição da humanidade provocado pelas novas tecnologias de comunicação, com a inexistência de limites porque não existe mais separação entre o virtual e real. O próprio Fliaraxá estava sendo transmitido simultaneamente para todo o mundo via internet e, em especial nesse debate, a jornalista Mirian Leitão fez a sua intervenção na discussão de onde estava assistindo a oficina.

 

Os que estão citados até aqui compõem uma pequena parte do universo de gente boa proporcionado pelo Fliaraxá, em quatro dias de intensas atividades. Inclusive, com exposição fotográfica de Daniel Mordzinski que continua em cartaz até o próximo dia 30, no Tauá Grande Hotel; com dois espetáculos teatrais que giraram em torno do tema livro, um monólogo com Eduardo Moscovis e outro com Alexandre Borges declamando poemas de Vinicius de Morais e Fernando Pessoa, acompanhado pelo pianista português João Vasco. Aliás, esses dois espetáculos talvez em razão da fama dos artistas foram exceção quanto à participação do público araxaense no festival porque os ingressos esgotaram-se. Apesar da gratuidade, com entrada franca em toda a programação, o público foi aquém do que deve ser esperado em momentos de crescimento cultural como os oferecidos pelo festival, para deleite dos poucos presentes e azar dos que nem mesmo se arriscaram a ir ver o quanto é bom. As atividades infantis e juvenis também marcaram a programação, como contação de estórias e brincadeiras com Rodrigo Libânio Christo; bate papo com a escritora Paula Pimenta que mais uma vez lotou o auditório e o espetáculo teatral “Mania de Explicação”. A livraria do festival foi outro grande atrativo, com livros promocionais de R$ 1 a R$ 10 e títulos de todos os segmentos, dos clássicos aos recém lançados, quando foram comercializados 40 mil exemplares, o dobro da edição do ano passado. Destaque para o concurso de redação que envolveu mais de 3 mil alunos do ensino fundamental e médio de 28 escolas participantes, numa escolha dificílima em razão da qualidade dos trabalhos selecionados. E surpreendentemente, com inquestionável merecimento uma aluna de apenas 7 anos, Sofia Deckers, da Escola Estadual Delfim Moreira, conquistou o primeiro lugar geral. 

 

Embora o público não tenha sido o previsto pela qualidade do festival, outras muitas sementes foram plantadas, com as pessoas motivadas a interagir, evoluir e aproveitar esse banho de cultura que é mais um privilégio de Araxá. Graças, especialmente à Associação Cultural Sempre Um Papo e à Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).

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