O tempo urge para o prefeito Aracely de Paula empossado nesta quinta-feira, 13, a apenas dois anos do fim do seu mandato e não a quatro como seria o normal. Mas, às vezes, as dificuldades nos fazem redobrar a vontade e ao invés de impedirem nos impulsionam o caminho. É realmente hora de baixar as armas políticas a favor do povo araxaense que no final das contas foi quem mais perdeu com esse embate que finalmente chegou a um desfecho, de forma a trazer a almejada governabilidade municipal. Ao invés de ressaltar os problemas, como o propalado fechamento das contas públicas neste fim de ano, o momento é o de eleger as soluções.

O Orçamento Municipal de Araxá é privilegiado, com uma arrecadação que para 2014 deve chegar a R$ 250 milhões. E mesmo que essa expectativa não seja alcançada, o que é provável em ano de Copa do Mundo e de realização de Eleições Gerais que impactaram negativamente na conjuntura econômica do país como um todo, aqui não será um resultado tão aquém do esperado. Além do mais, o Orçamento de Araxá para 2015 ainda será apreciado pela Câmara Municipal que num amplo entendimento político a favor da cidade pode ainda discuti-lo com o novo governo. Na audiência pública sobre a prestação de contas relativa ao segundo quadrimestre de 2014 (até agosto), não havia nada de anormal, pelo contrário, o comprometimento da folha de pagamento em relação à receita estava em 37%, bem abaixo do limite prudencial que é de 48%; a arrecadação de impostos municipais estava além da estimada, especialmente de ISS que quase triplicou conforme os números apresentados; existia provisão para o pagamento do 13º e 14º salários etc.

A grande maioria dos vereadores acompanhou essa prestação de contas que aconteceu na Câmara e não houve nenhum questionamento preocupante no dia e nem depois. Então, o que pode mudar tão rapidamente em apenas dois meses, ou seja, setembro e outubro? Seria muito ilógico o ex-prefeito Jeová Moreira da Costa avacalhar com esses números, inclusive tendo em vista que realmente não esperava deixar cargo, pelo menos esse ano. Pelo contrário, tudo indica que até ser notificado pela Justiça Eleitoral para desocupá-lo ele ainda acreditava muito mais que cumpriria o seu mandato até o final. Então, por que iria chutar o balde? Por que iria demonstrar uma situação de receita e despesa que não fosse correspondente à real? Por que iria comprometer a própria administração na hipótese que acalentava de concluí-la em 2016?

Partindo dessas premissas, se hoje existe uma dificuldade de caixa na Prefeitura de Araxá deve-se à própria transição de governo e será superada. Como disse o prefeito interino Miguel Júnior que está por dentro dessa situação, se forem cumpridas as prioridades sem a criação de novas despesas, é possível equilibrar as contas até dezembro próximo. É isso que a população espera, ou seja, que sejam mantidos os compromissos de pagamento do 13º e 14º salários com os servidores municipais e dos serviços já prestados à prefeitura, assim como os atendimentos essenciais sem a exigência de solução de continuidade.

Então, passado esse primeiro momento, com a equipe do novo governo composta, as contas em dia e uma perspectiva de arrecadação que supera a da grande maioria dos municípios não só mineiros, como brasileiros, seguir em frente. Além do mais, o prefeito Aracely não pode ser cobrado pelo que não pode ser feito, o que por si só é uma facilidade. Por exemplo, contratar servidores municipais como ocorria anteriormente quando chegaram a compor mais de 60% do quadro de pessoal. Ele também encontrará obras em andamento que são essenciais para a cidade, como a construção de unidades escolares e de saúde. Até mesmo, a construção do centro administrativo que deve ser concluída porque significa vários avanços como a concentração da quase totalidade da administração municipal num só lugar e com equipamentos adequados para o atendimento ao público e a boa gestão, a economia de aluguéis, a continuidade da própria valorização do seu entorno que tem impulsionado a criação de um novo Centro comercial da cidade. O que inclusive permite o incremento turístico do antigo Centro que encarna a história da cidade. Por isso, é histórico e deve ser preservado.

A princípio, não há motivos para tanta preocupação. O momento deve ser não só de otimismo, como de torcida de todos os cidadãos para que Araxá supere a crise política que tem impedido o seu desenvolvimento à altura do seu potencial, que desta forma será melhor usufruído por todos.