Emocionantes histórias foram contadas durante o encontro entre rotarianos e bolsistas do Centro Universitário do Planalto de Araxá (Uniaraxá). Os alunos são beneficiados com bolsas de estudo através de um projeto desenvolvido em parceria pelo Rotary Clube de Araxá, Uniaraxá, empresas e pessoas físicas.

O Uniaraxá promoveu o encontro entre rotarianos da cidade e os sete alunos da Escola Estadual Rotary que são beneficiados com as bolsas de estudo. Além de estudar na escola parceira do projeto no 3º ano do ensino médio, para concorrer a uma bolsa o aluno deve obter boas notas e frequência, além ser de família de baixa renda. Na oportunidade, os integrantes do Rotary Araxá puderam conhecer melhor a história dos alunos que apadrinham e emocionaram-se com os relatos de quem supera as dificuldades diariamente e está realizando um sonho, o que antes era considerado impossível.

A aluna Jéssica Castro dos Santos, 21 anos, cursa o 2º período de Fisioterapia. Ela destaca que ficou surpresa quando passou em terceiro lugar no vestibular e a mãe dela, mesmo sabendo que não teria condições de pagar o cartão de crédito no mês seguinte, fez a sua matrícula. Atualmente, Jéssica está desempregada. Ela teve que parar de trabalhar à noite para dedicar-se aos estudos. No dia da prova, ela tinha chegado em casa quase às 5h da manhã porque trabalhava num buffet e mesmo assim chegou às 8h e conseguiu passar no vestibular e hoje com a bolsa do Rotary ela paga somente 20% do valor do curso. “Eu pensava que era um sonho enterrado e quando eu soube que poderia realizar eu agradeci muito a Deus pela oportunidade que eu tive. Essa foi a única oportunidade que tive até hoje na minha vida”, disse emocionada.

O aluno Klinger Silva Veloso Filho, 21 anos, está no 2º período do curso de Engenharia Civil e foi beneficiado com a bolsa de estudos do Rotary Araxá. Segundo ele, assim que ganhou a bolsa também foi contratado pela empresa CRL Locações. Então, ele é patrocinado e empregado pela mesma empresa. Segundo ele, por curiosidade descobriu o projeto e acabou sendo um dos beneficiados. “Era a terceira vez que prestava vestibular, sempre passava, mas nunca tinha dinheiro pra pagar a mensalidade.” Ele disse que a expectativa do trabalho na empresa é muito grande. “Eu tenho objetivos e minha vida inteira superei as dificuldades.” Ele destaca que estudar era um sonho e buscava uma forma de alcançá-lo de qualquer jeito. “Mas, com essa oportunidade as coisas foram se encaixando, tudo no seu devido tempo”, contou.

O empresário José Luiz Ladislau proprietário da empresa CRL Locações é rotariano e patrocina e emprega o aluno Klinger. Segundo ele, o aluno vem demonstrando interesse e conseguindo se desenvolver bem, sendo que tem chances reais de continuar na empresa enquanto estuda e até depois que se formar. “Ele poderá no futuro ser um colaborador dentro da sua qualificação técnica. Isso o beneficia, porque já sai empregado. A beneficia também a empresa que conhece o perfil do seu bolsista, tornando-o um colaborador que não mais precisará de treinamento inicial para suas funções”, destaca.

O empresário Gildo José Ferreira que é rotariano e está à frente da Rede Unisaúde também é um dos apoiadores do projeto. Segundo ele, conhecer de perto os alunos foi emocionante. “Me coloquei no lugar deles, na idade deles eu também não tinha condições de estudar. Nenhum deles estaria fazendo curso superior se não fosse através da bolsa”, destaca.

José Marcelo Jorge é advogado e afirma que mesmo sendo inédito e ainda estar passando por ajustes, o projeto de bolsas desenvolvido pelo Rotary Araxá e pelo Uniaraxá já despertou o interesse de rotarianos de outras cidades. “A intenção do clube é continuar e expandir o projeto, inclusive para as cidades vizinhas que possuem alunos na instituição”, afirma.

O reitor do Uniaraxá, professor Válter Gomes, é rotariano e um dos idealizadores do projeto, ao lado do empresário Mário Marques que presidia o clube à época. Válter destaca a importância do projeto que possibilitou a profissionalização dos bolsistas. “Queremos fazer a diferença na vida desses jovens que não estariam estudando se este projeto não existisse”, afirma.