O fim de Osama bin Laden

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    No dia primeiro de maio, já bem tarde da noite, a comunidade americana se deparou com um pronunciamento surpreendente do presidente dos Estados Unidos: Osama bin Laden tinha sido localizado e morto em uma operação especial. A notícia se espalhou pelo país e pelo mundo! Aqui nos Estados Unidos, as pessoas saíram pelas ruas para celebrar, cantando o hino nacional americano e carregando suas bandeiras. O sentimento era de justiça realizada e patriotismo.  
    Osama bin Laden, líder da organização terrorista Al-Qaeda, foi o responsável, entre outros atos terroristas, pelos ataques aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. Desde então, bin Laden se tornou o criminoso número 1 procurado pela justiça americana, fazendo parte da lista dos 10 criminosos mais procurados pelo FBI. Acreditava-se que Bin Laden morava em cavernas nas montanhas do Afeganistão. Na verdade, ele estava escondido em uma casa toda murada e confortável, vivendo com sua família e outros membros de sua organização no Paquistão.
      A operação americana foi executada pela Força de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos, chamada de Navy Seals. Os membros dessa unidade especial são altamente treinados e o seu programa é considerado um dos mais difíceis no mundo. Só para vocês terem uma ideia, depois de fazer uma série de testes psicológicos e físicos, somente 1% dos candidatos são aceitos por essa unidade especial. Daí, eles primeiro vão para um treinamento super intensivo de 6 meses, onde cerca de 50% dos participantes desistem no meio do caminho devido ao cansaço e ao estresse.
    Estava em Nova York, quando o ataque às Torres Gêmeas aconteceu. Naquele dia, os telefones não funcionaram, os metrôs pararam, a vida se tornou um caos. Ninguém sabia direito o que estava acontecendo. Pânico nas ruas. Como entender um ato de crueldade contra pessoas inocentes?
    A morte de Osama bin Laden tem um significado importante para o povo americano. Famílias das vítimas dos ataques em 2001 foram à televisão expressar seu contentamento com a morte de bin Laden. Em inglês, existe uma palavra que, penso, descreve bem o momento que as pessoas estão vivendo: bittersweet, o que pode ser entendido como um momento em que tristeza e alegria andam juntas. Por um lado, a morte de bin Laden representa um ato de justiça. Por outro, traz novamente as recordações de 2001 e as antigas feridas se abrem.  
    Mas será que todo o mundo está celebrando a morte de bin Laden? Um colega de sala da universidade onde estudo é da Palestina e ele me disse que, em geral, os países árabes estão vendo a morte de bin Laden como a perda de um líder. Embora muitos reconheçam as crueldades cometidas por bin Laden, o fato de ele ser mulçumano desencadeia na comunidade mulçumana um sentimento de, digamos, solidariedade.
    O que os mulçumanos acreditam é em uma irmandade única, independente da nacionalidade ou raça. Todos são mulçumanos, portanto, todos são irmãos na fé que os une. Essa unidade vai além do aspecto simbólico, mas existe de forma concreta e se manifesta. Meu colega de sala, por exemplo, disse que não era realmente motivo de celebrar, pelo menos para ele, pois além de bin Laden ser mulçumano, ele apoiava a Palestina e era contra Israel.
    O presidente Obama teve uma participação especial nesse processo. Depois de analisar a situação que a Força de Operações Especiais estava por enfrentar, Obama autorizou a operação que era de alto risco, já que eles não tinham certeza absoluta de que Osama bin Laden estava naquele local. O resultado da operação, como sabemos, foi considerado um sucesso, ou seja, sem nenhuma fatalidade do lado americano.
    Agora nos resta saber o que vai acontecer. Se a morte do bin Laden resultará no enfraquecimento do terrorismo é algo que não sabemos, embora seja o que gostaríamos de acreditar.

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