O sol com a peneira

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   Não há dúvida sobre a antecipada influência da disputa municipal nas ações públicas, embora só aconteça no ano que vem. A classe política demonstra mais uma vez que, acima de tudo, visa o voto que leva ao poder. O que é muito mais perceptível num pleito local, porque estão em jogo interesses bem próximos e, por isto, geralmente conhecidos.  A Câmara Municipal costuma ser o reflexo dessa política da conveniência que perde fôlego, mas ainda persiste.

   Um exemplo é como os vereadores desviam o foco de grandes debates pertinentes à cidade e à responsabilidade deles, como o número de cadeiras no Poder Legislativo municipal, para chamar a atenção da população geralmente botando o Executivo em cheque. Como recentemente, quando o prefeito Jeová Moreira vetou a iniciativa da Casa de criar uma “lei ficha limpa” para o seu governo. Mesmo com a forte justificativa de que a matéria foi vetada porque extrapola a prerrogativa do vereador, o ato do Executivo tem rendido entusiasmados discursos na tribuna, em apartes e à imprensa.

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   O assunto de âmbito nacional, agora é resgatado em Araxá com conotação eleitoreira, ao ponto de dizerem que a iniciativa vai de encontro a uma lei estadual. No entanto, na contramão da falada moralidade, o governador Antonio Anastasia preferiu aguentar as críticas do povão e nomear para o seu staff o ex-deputado Edmar Moreira (que ficou famoso como o “dono do castelo”) para, logicamente, atender interesses políticos.

   Ao invés de questionar o direito constitucional do governante de livre nomeação e exoneração para cargos de confiança, não seria o caso dos vereadores fazerem as leis que podem criar e que a sociedade realmente espera deles, como a que fixa o número de cadeiras na Câmara Municipal?

   No caso, é clara a demagogia, porque não existe o desconhecimento de que o vereador não pode legislar sobre determinadas matérias, como as que têm efeitos administrativos e orçamentários. Mas os vereadores insistem na ótica de agir em relação ao que pode render voto ou ignorar o que provoca desgaste, ao invés de empunharem as questões que a sociedade espera resolver e que continuam a ultrapassar governos.

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