Editorial

Livre imprensa

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A falta de conhecimento dos conceitos sobre a aplicação dos recursos públicos na comunicação governamental leva às distorções políticas que visam atingir à credibilidade da imprensa, o que fortemente ocorre em Araxá principalmente a partir de 2015. Desde então, iniciou-se um período de opressão e perseguição política a alguns tradicionais veículos de comunicação da cidade que há dezenas de anos superam os governos respaldados por suas audiências.

Esse discurso político em prejuízo das empresas de comunicação da cidade repete-se através da Câmara Municipal que neste aspecto continua fechada em si mesma e sem moral com a população. A repercussão pela imprensa local de prisão, afastamento e cassação de vereadores, além de denúncias de corrupção no Poder Executivo, foi o ponto de partida dessas tentativas de desconstrução de sérias empresas que pagam seus impostos, empregam e trabalham para que o público tenha acesso às informações de todos os segmentos da sociedade, sejam governamentais, privadas, oficiais, todas essenciais para a democracia.

À época, a presidência da Câmara cortou a verba destinada à comunicação pública para pagar os salários de oito vereadores afastados e também de seus suplentes e até hoje continua da mesma forma. Para isso, alegaram para a imprensa que o corte era uma determinação do Ministério Público (MP) que nunca existiu de fato. Vários jornalistas foram contratados como diretores, assessores etc. pelos poderes Executivo e Legislativo que agiam em conluio para pressionar a imprensa. Desde então, a situação é a mesma, a Câmara investe em obras, em sistema próprio de comunicação, eventos, achando que concorre com a credibilidade dos veículos de comunicação, enquanto desce ladeira abaixo na opinião pública e culpa a imprensa.

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Os vereadores falam praticamente de forma unilateral para a audiência das transmissões das reuniões no rádio e seus seguidores nas redes sociais, desprezando a importância da existência de veículos de comunicação para o exercício da imprensa. Essas empresas têm um alto custo para serem mantidas e resguardam as suas linhas editoriais que são próprias, livres, por respeito ao seu público. Uma coisa é opinião, outra é informação e outra os espaços publicitários, mas existem políticos que pensam que essas empresas têm que gastar do próprio caixa para divulgar o trabalho deles e ou fazer oposição, assim tentando usar a acusada imprensa.

A oposição também acusa a Prefeitura de Araxá de investir em comunicação governamental que é de extrema importância e não pode ser confundida com imprensa. Mas essa oposição política na Câmara Municipal coloca tudo no mesmo balaio para tentar atingir a credibilidade desses veículos e, consequentemente, a audiência. Está provado que esse modo de agir do Poder Legislativo local em relação à imprensa e mediante a falta de comunicação pública com a população tem sido refutada pelos eleitores com grande renovação a cada pleito.

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A comunicação pública é a existente entre instituições coletivas e os cidadãos e que foi ignorada pela ditadura militar que impunha a sua doutrina e ainda é pela Câmara de Araxá. A partir da democratização do país na década 1980, a comunicação na gestão pública informa à população “as suas ações em várias áreas, por exemplo, o emprego dos recursos públicos, a divulgação de políticas públicas, planejamento estratégico governamental, transparência e responsabilidade fiscal”, cita o grupo de pesquisa de Comunicação e Política do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná (CEL). “É a que promove o contato entre os governantes e a população e tem como principal característica a publicização de realizações implementadas pela gestão eleita”, completa.

Essa comunicação observado o seu caráter informativo ao mesmo tempo colabora na formação da identidade do governo estabelecida no decorrer de sua gestão. O marketing governamental é parte significativa do planejamento e execução da gestão, visando à difusão da comunicação junto aos variados públicos de interesse da administração pública. Essa abrangência é geral e os recursos destinados à comunicação da prefeitura no orçamento municipal contemplam tudo, desde a confecção de uma placa, eventos, informações internas e externas, não só a mídia dirigida às empresas privadas que sofrem constantes ingerências políticas por estarem disponíveis a essa prestação de serviços e serem importantes meios de comunicação.

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