A Polícia Militar, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil deflagraram a Operação Custos Fidelis nesta quarta-feira (24/9), uma ação conjunta com órgãos do Amazonas, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O objetivo foi desmantelar o braço financeiro da organização criminosa Família Teófilo Otoni (FTO), afiliada ao Comando Vermelho (CV).
A operação resultou no bloqueio de R$ 223,5 milhões em contas bancárias e criptoativos, somando mais de R$ 18 bilhões no total, além de 48 prisões e 84 mandados de busca e apreensão. Um imóvel de alto padrão em Alagoas, avaliado em R$ 3,9 milhões, também foi tornado indisponível.
Segundo as investigações, a FTO operava com uma estrutura empresarial do crime, usando empresas de fachada nos setores de gás, internet, câmbio e, principalmente, comércio de pescados para lavar dinheiro do tráfico de drogas. Relatórios de inteligência financeira revelaram a prática de “smurfing”, com depósitos fragmentados de até R$ 2,3 milhões em uma única semana, para dificultar o rastreamento das movimentações.
O vice-governador de Minas, Mateus Simões, destacou o foco no núcleo financeiro da facção: “Nós não permitiremos que o Comando Vermelho ou nenhuma outra facção criminosa se instale em Minas Gerais sem reação da polícia. O monopólio da força e o controle da violência são do Estado”.
O procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso, ressaltou a importância do trabalho integrado entre as forças de segurança: “Para enfrentar algo organizado, temos que estar ainda mais organizados, com articulação e inteligência, como neste caso”.

































