Araxá oferece três opções de voto para prefeito e vice neste pleito, as duplas Aracely e Lídia (PR/PP), Jeová e Edna (PDT/PSDB), Toninho Barbosão e Waldir (PT/PSB). Tal qual em todo o país, as convenções municipais deste ano demonstraram a fragilidade do sistema partidário brasileiro, onde ninguém sabe mais o que e quem, sendo que a maioria prioriza mesmo o poder político e econômico. Não há um pingo de idealismo, de proposta de governo, de vontade de mostrar ao eleitor o porquê das candidaturas e partidos. Pelo contrário, tudo é combinado em conchavos, cada vez mais distantes da vontade do eleitor.
Mas é aí que mora o perigo, a ferro e fogo o eleitor, principalmente o politizado, não está engolindo mais tanta falácia. Araxá não é exceção, em nenhuma das convenções partidárias foram apresentadas metas de governo, tudo girou em torno dos nomes que vão estar na disputa e foram àquelas horas incansáveis de disse me disse, como se a ignorância ainda prevalecesse num mundo tão avançado em termos de tecnologia da informação.
O eu tem que ser substituído por nós, queiram ou não os políticos, o que somente ocorre gradativamente e culmina com a efetiva mudança dos sistemas partidário e eleitoral brasileiro. Até lá, esse aperfeiçoamento vem sendo forjado pelo eleitorado, como no caso do projeto de iniciativa popular Ficha Limpa, mesmo diante das relutantes artimanhas políticas e “legais” que ainda precisam ser banidas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em Araxá, nada que desabone a ficha dos três candidatos a prefeito quanto à “limpeza”, mas alguns esquemas insistem em ainda querer corromper o eleitor, como se ele não tivesse vontade própria.
A dupla Aracely e Lídia, conta com a experiência política dele, de quarenta anos de vida pública, sendo seis mandatos consecutivos como deputado federal, além da sagacidade dela e a valorização da mulher hoje enquanto política. No entanto, vão ter dificuldade de administrar desde a campanha quatorze partidos que foram aglutinados em torno da chapa.
A dupla Jeová e Edna, conta com a governança, o atual prefeito tem o comando da cidade e recursos para investir em muitas obras, como tem feito. Edna traz para a chapa deles não só o fato de ser mulher, mas também o partido do governador do Estado. No total, contam com sete partidos coligados na majoritária e também proporcional, o que de certa forma iguala e facilita a disputa para os candidatos a vereador. No entanto, ela terá dificuldades em explicar-se quanto à participação do PSDB na Comissão Processante aberta contra o prefeito, enquanto exercia cargo junto ao governo estadual.
A dupla Toninho e Waldir, conta com a renovação que inspira o primeiro e a experiência de já ter sido prefeito do segundo. Eles também vêm de públicos políticos distintos, pois já foram situação e oposição em determinado tempo da história local, o que recicla e denota mudança de postura. No entanto, terão que fazer força para que os aspectos positivos da aliança em termos de potencial de ampliação do eleitorado deles não se convertam em negativos justamente por isso, principalmente pelo próprio PT.