O sucesso da primeira edição consolida o Circuito Literário do Cerrado (Clic) como importante evento de incentivo à literatura local e regional realizada na sede da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) entre os últimos dias 22 e 23.
“Acima de tudo, um ponto de virada para a cultura local”, destaca o curador Rodrigo Feres. O Clic idealizado por Talita Tavares da Livraria Nobel aconteceu como uma proposta ousada e com um tema provocador: “Narrativas que tocam onde o wi-fi não alcança”. “O festival provou que a conexão humana, a valorização das raízes e o poder da palavra têm um apelo que nenhuma tecnologia consegue replicar”, afirma Rodrigo.
Para ele, os números do evento já contam uma história de impacto com a atração de um público de 3 mil pessoas demonstrando que Araxá é uma cidade que valoriza a leitura e a cultura como um todo. “A presença de quase 800 alunos de escolas públicas é um dado muito significativo, mostrando que o festival não foi apenas um evento, mas uma ferramenta de transformação educacional”, avalia.
Rodrigo acrescenta que esses jovens muitas vezes com acesso limitado a livrarias e autores tiveram a oportunidade de interagir diretamente com a cultura, “o que cumpre um dos propósitos mais nobres de um festival literário”. Ele aponta que a venda de 875 livros dentre best sellers e de preços populares é “outro feito notável que reflete o sucesso em democratizar o acesso à leitura”.
“Em um mercado onde a cultura é frequentemente vista como um bem de luxo, o festival conseguiu romper essa barreira provando que é possível unir qualidade, relevância e acessibilidade”, diz o curador. Rodrigo acrescenta que o evento se destacou por sua pluralidade, unindo o talento de 40 autores com bandas e artistas plásticos locais e sabores da culinária.
Um dos principais apoiadores do evento, a Bem Brasil esteve presente com o seu trailer temático distribuindo os seus produtos para os espectadores do festival gratuitamente. “Ao prestigiar os talentos da cidade, o Circuito Literário do Cerrado não apenas celebrou a cultura, mas também fortaleceu a identidade e o senso de comunidade.”
Rodrigo destaca que por trás de todo esse sucesso está o reconhecimento à Talita, proprietária da única livraria de Araxá. “Ela é uma verdadeira guerreira da cultura, sua resistência no mercado de livros que enfrenta inúmeros desafios e sua paixão por fomentar a leitura são a prova de que a determinação de uma pessoa pode gerar um impacto imensurável em toda uma cidade”, afirma.
Ele diz que “o festival mais do que um evento, é um reflexo do espírito resiliente e do compromisso de Talita com a educação e a arte”. Para o curador, o balanço do evento e de conquistas: “o incentivo à leitura, a valorização da cultura local e a prova de que a união de pessoas em torno da arte pode de fato tocar onde o wi-fi não alcança”.
