O Festival Literário Internacional de Araxá chega a sua 13ª edição encontrando a sua casa no Uniaraxá depois de seguir por vários caminhos a cada encruzilhada que se apresenta com as oportunidades e dificuldades deste tipo de realização. O mais importante é o legado deixado a cada edição nas estradas que se cruzam de gente que ensina e aprende buscando acertar mais nas suas decisões.
A Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) sediou a primeira edição em 2012 com o tema “Juventude, Literatura e Experiência”, presença de 25 autores e público de 6 mil pessoas até a quinta realizada em 2016 com o tema “O Amor, a Leitura e as Diferenças” frequentada por 17 mil e com 70 convidados.
O crescimento do evento levou a sua realização no Grande Hotel do Barreiro na sexta edição em 2017 com o tema “Língua, Leitura e Utopia”, recebendo 25.776 pessoas, 80 autores com 125 atividades. O Fliaraxá Gastronomia aconteceu junto com o evento como uma novidade na área externa do GH.
Apesar do esplêndido patrimônio histórico cultural que por si só atrai autores convidados e deixa maravilhado o frequente público de festivais literários, as duas edições subsequentes realizadas no Grande Hotel em 2018 e 2019 foram marcadas por polêmicas. A polarização da política nacional, a dispersão do foco literário e a distância do Complexo do Barreiro da cidade foram algumas questões superadas.
O Fliaraxá seguiu com a sua principal missão de difundir a leitura e a escrita mesmo no decorrer da pandemia realizando a nova edição em formato virtual/digital/híbrido e programação 24 horas no ar sobre o tema “Arte, Leitura e Tecnologias” em 2020. O público alcançado superou 6,2 milhões de visualizações do conteúdo exibido nos canais oficiais de divulgação e redes sociais.
A décima edição aconteceu de forma descentralizada em 2022 com o tema “Abolição, Independência e Literatura” em formato phygital (transmissões pelas redes sociais do projeto) e também presencialmente no Grande Hotel, Teatro Municipal Maximiliano Rocha, Parque do Cristo e Fundação Cultural Calmon Barreto.
O 11º Fliaraxá com o tema “Educação, Literatura e Patrimônio” enfrentou muitas dificuldades relativas ao inadequado espaço do estacionamento do Estádio Municipal Fausto Alvim. E a edição seguinte em 2024 com o tema “Memória, Literatura e Diversidade” volta a acontecer no pátio da fundação, mas considerado pequeno desde as primeiras edições.
Literalmente, essa inconstância provocada pelas significativas mudanças acaba influenciando na construção da identidade do Fliaraxá que a cada ano precisa avaliar e se adaptar aos espaços disponíveis e economicamente viáveis para ser realizado. Ou seja, a cada edição aparecia uma encruzilhada diante das possibilidades de escolha do espaço pela organização. Até que os caminhos da educação e da literatura se encontraram no Centro Cultural Uniaraxá que sediou a edição 2025 com o tema “Literatura, Encruzilhada e Memória”.
Não só o ambiente educacional abrangente desde o ensino infantil que funciona no contraturno do universitário como a grande e moderna infraestrutura do centro cultural com o Teatro CBMM de 600 lugares, a biblioteca e a sede da Academia Araxaense de Letras (AAL) que participou ativamente da programação local justificam a sua realização no Uniaraxá. Tanto que a edição do ano que vem já está marcada para acontecer de novo nesse espaço que reúne tudo para se consolidar como a casa do Fliaraxá, possivelmente em junho.































