Graças a uma bem-sucedida cooperação internacional entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Procuradoria de Miami, nos Estados Unidos, foi possível localizar e prender um acusado de homicídio que estava foragido da Justiça norte-americana há 15 anos.
O crime ocorreu em Miami, no ano de 2010. Um brasileiro com dupla nacionalidade teria roubado e assassinado um cidadão americano. Apenas seis dias após o assassinato, o homem, que era integrante de uma gangue local, fugiu para o Brasil.
Em 2024, a Procuradoria de Miami acionou a Secretaria de Assuntos Internacionais (SAI) do MPMG em busca de apoio para solucionar o caso. A partir de então, a SAI conseguiu traçar o histórico de viagens do acusado, desde seu retorno ao Brasil em 2010 até seu embarque para o Quênia. Foi na África que o foragido foi localizado e preso pela Interpol, com base em informações cruciais repassadas pelo MPMG e com o auxílio da Polícia Federal (PF).
“Conseguimos as informações e depois as repassamos à Procuradoria de Miami registros detalhados do passaporte, dos voos e de outros dados de viagens feitas pelo acusado. Essas informações foram fundamentais para esclarecer a fuga dele após o assassinato cometido nos Estados Unidos”, destacou o coordenador do SAI, procurador de Justiça Eduardo Henrique Soares Machado.
Segundo ele, o MPMG e a Procuradoria de Miami mantêm um acordo de cooperação desde 2022, que já permitiu a extradição de 16 criminosos que fugiram do Brasil para os EUA. “Agora, foi a vez de retribuirmos esse apoio, ajudando a Justiça de Miami a localizar e prender um acusado de cometer crime em seu território”, afirmou o procurador. O MPMG registrou 251 Difusões Vermelhas entre 2024 e 2025, fruto dessas cooperações internacionais.
O crime de 2010 foi tão emblemático que chegou a ser tema de um programa de TV norte-americano, o First 48, no episódio “No Return; Jogo Perigoso”. O enredo detalhava a história do acusado, membro de uma extinta gangue de Miami Beach chamada “71 Jak Boyz”, que tentou roubar drogas e dinheiro de uma vítima, mas o assalto resultou no disparo fatal. O uso do passaporte brasileiro foi a chave para sua fuga inicial e posterior viagem para o Quênia, onde, anos depois, foi alcançado pela Justiça.
A localização e prisão foram resultado direto da cooperação entre o SAI do MPMG e o Núcleo de Cooperação Internacional em Belo Horizonte da PF, chefiado pela delegada Fátima Zulmira Rodrigues Bassalo.
Fonte: Assessoria de Comunicação Integrada/MPMG
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